SNN – Serviço de Neurologia e Neurocirurgia

A área de atuação da Neurorradiologia Intervencionista atualmente é bastante ampla e engloba não só patologias intracerebrais e intramedulares como também doenças extracranianas da cabeça e pescoço.

Ela pode ser utilizada no tratamento dos aneurismas cerebrais, das malformações arteriovenosas cerebrais, das malformações vasculares espinhais, das fistulas durais cerebrais ou medulares, no acidente vascular cerebral agudo, nas doenças ateroscleróticas cervicais e intracranianas, na embolização de tumores hipervasculares da cabeça e pescoço, na epistaxe refratária, no tratamento de lesões tumorais e osteoporóticas da coluna vertebral, no tratamento de anomalias vasculares superficiais cutâneas da face e pescoço, na quimioterapia intra-arterial para tumores do sistema nervoso central e da cabeça e pescoço ou nas metástases cerebrais e nas metástases na região da cabeça e pescoço, no teste de Wada para utilizado na cirurgia da epilepsia, no tratamento do vasoespasmo pós-hemorragia subaracnóideo (angioplastia química ou mecânica),  trombólise da artéria central da retina e no tratamento de lesões vasculares traumáticas cervicais ou intracranianas.

Portanto, a Neurorradiologia Intervencionista trabalha com diversas especialidades e a sua utilização pode se estender para a cirurgia da cabeça e pescoço, cirurgia oncológica, otorrinolaringologia, neurocirurgia, cirurgia vascular, oftalmológica, neurologia, ortopedia e oncologia.

Para algumas patologias o tratamento endovascular é praticamente a única opção para o tratamento do paciente e da sua doença. Para outros casos ela é indispensável como procedimento pré-operatório facilitando a intervenção cirúrgica. Ela também vem substituindo métodos atuais, pois apresenta menor risco e menor tempo de internação, o chamado conceito de “cirurgia minimamente invasiva”.

História da Neurorradiologia

A história da neurorradiologia começou em 1927 com a realização da primeira angiografia em um ser humano, inventada pelo neurocirurgião português Egas Moniz, na qual foi injetado produto radiopaco nas artérias carótidas de pacientes portadores de tumores cerebrais. A partir desta época houve um desenvolvimento crescente deste método invasivo no diagnóstico por imagem de diversas patologias no homem. O conceito básico era à injeção de material radiopaco nas artérias humanas e a captura das imagens com o auxílio dos raios-X.

A angiografia cerebral atingiu o seu apogeu na década de 60, considerada na época como o método mais eficaz para o diagnóstico das patologias cerebrais. Em 1971 o médico russo Serbinenko introduziu o uso do balão intra-arterial para o tratamento das fistulas carótido-cavernosas traumáticas. Serbinenko considerado o pai da neurorradiologia intervencionista começou sua carreira na Europa do Leste, devido às dificuldades para desenvolver suas pesquisas e a problemas políticos da época (guerra fria), instalou-se na França, onde nasceu e se desenvolveu a especialidade chamada de neurorradiologia intervencionista (Endovascular - tratar por dentro das artérias). Após este período a técnica se desenvolveu rapidamente na França e vários nomes surgiram. Com o aprimoramento das técnicas de aquisição de imagens e do desenvolvimento de materiais empregados para o tratamento das diversas patologias intracranianas e medulares, a neurorradiologia atingiu seu ápice nos dias de hoje. Atualmente a técnica alcançou um elevado nível tecnológico e diversos estudos multicêntricos têm demonstrado que o método é seguro, eficaz, menos dispendioso, com menor tempo de hospitalização e com menores riscos ao da cirurgia convencional.